O nosso email projectcyrano@gmail.com / A marca Projecto Cyrano está registada no INPI desde Dezembro de 2010.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O que é isto?

que cai do céu como luz? Espadas sobre a nossa cabeça? Flechas de S. Pedro? Será amor? Será coisa pior? Chove electricidade. Chove fogo. São chispas vivas dos olhos da Mãe- Natureza.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Músicas

Dizem os entendidos

do mundo espiritual que se repetirmos até à exaustão que somos felizes, a nossa mente acaba por convencer-se disso. Porque a felicidade não é algo que se procure no exterior, mas sim um estado que vem de dentro, como uma energia boa que a todos contagia. Quer-me parecer que andamos todos esquecidos de como apelar à nossa felicidade. Mesmo que ela assuma, em cada um, diferentes rostos: coragem, esperança, força, encantamento. Três vezes por dia, todos os dias da nossa vida, repitamos a nós mesmos que somos felizes e fortes. E acreditemos que o nosso bem- estar é algo que só depende de nós e não nos pode ser facultado por qualquer factor externo. Nem o dinheiro, nem a fama, nem a beleza, a inteligência ou o talento. Se é este o resultado de termos andado a ler livros de qualidade duvidosa, pois então, experimentemos. Já todos ouvimos falar que as mentiras repetidas muitas vezes se tornam factos. E esta é uma daquelas às-vezes-mentira-às-vezes- verdade que queremos muito ver resultar. De dentro para fora, expirar e inspirar, repetir: Sou feliz. Sou muito feliz. Sou especial e feliz. Sou forte, especial e feliz. Daqui a um ano, falamos de novo sobre o assunto.

Ilustração de Emerson Fialho (Brasil)



Apesar da aparente leviandade da abordagem, estamos meio a sério, meio a brincar. Às vezes a solução está nas coisas mais simples. Estará?

terça-feira, 26 de abril de 2011

Se abrir esta

porta, não nos conte. É perfeita demais para ser partilhada, feita de madrugadas e banhos de luz.

Mãe é mãe

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Há um mundo

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por aí. Há um mundo por aí, onde as pessoas são imperfeitas. E boas. Boas pessoas, com defeitos.

terça-feira, 19 de abril de 2011

As rosas

Há um cansaço na gente

Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa

O tempo

perguntou ao tempo...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Cyrano no jornal

Projecto Cyrano dedica-se à edição personalizada 

Histórias feitas à medida dos sonhos de cada um


Por
Luísa Teresa Ribeiro
Já imaginou um livro em que os seus filhos são os protagonistas? Ou
uma biografia que dê a conhecer a vida do seu pai? Ou um jornal em
que a manchete é o seu casamento? Foi para satisfazer desejos como
estes que surgiu o Projecto Cyrano, que se propõe fazer edições personalizadas,
onde se incluem trabalhos tão diversos como contos, biografias,
reportagens, cartas ou a passagem de blogues para livros. Criado
pela ex-jornalista Denisa Sousa, o projecto autointitula-
se um «banco de memórias pioneiro que eternizará a sua história
» e pretender criar produtos únicos à medida dos sonhos de cada um. 




Com o marido em missão no Afeganistão, Sílvia Melo começou a procurar livros infantis que falassem sobre a ausência, para que filhos pequeninos, a Inês e o João, pudessem lidar melhor com a distância do pai, mas não encontrou as publicações que pretendia.Como também sentia «a vontade e a necessidade de oferecer» um presente especial ao marido, João Roque, que «fosse fácil de enviar por correio para tão longe», quando descobriu o Projecto Cyrano – Edições Personalizadas através do Facebook teve a ideia de um livro escrito especialmente para a sua família. «Quando tive conhecimento do projecto,achei que era o ideal. O presente para o pai e a história para os meninos», revela. No contacto com Denisa Sousa, a mentora do Projecto Cyrano, Sílvia Melo pediu «um conto infantil que falasse sobre a ausência» e deixou o resto à imaginação da antiga jornalista. O resultado foi «uma história de encantar, meio verdade, meio a fingir, cheia de amor a amizade», como está escrito no livro “Mil beijinhos vindos de longe”, que tem uma edição de três exemplares. 


A obra conta a história da Picolina e do Jogador – as representações de Inês e João – que se tornam amigos do Rui, um menino cujos pais são médicos e estão a trabalhar longe. No livro, os meninos cumprem o ritual de fazer uma marca numa árvore para assinalar a contagem decrescente para a chegada do pai. O conto está recheado de pormenores da vida pessoal da família de Sílvia Melo, das suas rotinas e da escola dos meninos, para além de fotografias dos protagonistas. Sílvia Melo não conseguiu esperar pelo Natal para entregar o presente à família: «Os meus filhos viram o livro no dia em que ele chegou. Eu contei-lhes a história à noite, antes de dormir. A Inês ficou encantada com as fotografias, com a ilustração. O João [mais velho] ficou muito atento à história e mais para o final começou a chorar. O João adorou o livro, a história, tudo. Dormiu com o livro debaixo da almofada e quis levá-lo para a escola». Esta mãe diz que o facto de o pequeno João ter chorado «foi muito bom, porque até aqui ele ainda não tinha conseguido demonstrar as emoções relativamente à ausência do pai». «Chorou durante algum tempo e a partir daí ficou melhor, mais alegre, parecia mais leve», conta. Sílvia Melo considera que o livro foi «muito importante» para a família: «Além de ajudar os meus filhos e a mim também,porque os vi felizes, também ajudou muito o pai. Ele adorou o presente e disse que foi o melhor que recebeu na vida. Acho que só isto já diz muito do significado deste livro para nós». A mentora da história refere que o objectivo era, precisamente, «abrir a porta das emoções e deixar que as crianças extravasassem o que estavam a sentir». Denisa Sousa recua até à infância para se recordar que «os livros eram uma janela para a fantasia» e fala da alegria que as crianças poderão sentir quando se virem retratadas em livro. «Acho que não deve haver criança nenhuma no mundo que não goste de ter uma história em que ela é a protagonista», afirma. 

Há anos que Denisa Sousa pensou que «seria giro se cada criança tivesse uma história à sua medida», mas o projecto acabou por ser adiado até ao dia em que deixou o jornalismo. Depois de um ano a «fazer coisas avulsas» que não a preenchiam, a ex-jornalista decidiu recuperar a ideia de fazer contos personalizados. «Vou escrever pelas pessoas. Acho que não há ninguém que não goste de se ver escrito e sobretudo que não goste de ver a sua parte mais bonita escrita», diz. À escrita de histórias para a infância, ilustradas pela ilustradora Rita Correia,  juntou outros serviços, como cartas, jornais, biografias, edição de livros, passagem de blogues para livros, revisões, trabalhos multimédia ou até transcrição de gravações. Entre os trabalhos em carteira tem, aliás, um conto para um avô de 80 anos, a biografia de um conselheiro de Estado e a possibilidade de fazer livros para empresas. «O Cyrano faz tudo o que as pessoas quiserem», afirma a mentora do projecto. 

Quando o projecto estabilizar, Denisa Sousa gostaria de escrever gratuitamente histórias para instituições, que arcariam com as despesas de produção dos livros, mas ficariam com o dinheiro que conseguissem arrecadar com a venda das publicações. «Uma senhora disse-me que o meu trabalho é ser historiadora dos portugueses modestos. É, de facto, um bocadinho isso, na medida em que este trabalho permite a democratização da publicação. Uma pessoa pode não ser uma personalidade e, no entanto, ter um percurso brilhante e uma vida marcante que mereça ser escrita», refere. Denisa Sousa admite que ficou surpreendida porque «há muita gente que quer ver a sua história escrita e não sabe como. Ou quer que alguém reveja o livro que escreveu e o imprima e não sabe muito bem como». Era, justamente, este o caso de Mina Viana, que há quatro anos escreveu «um testemunho» que fala da sua relação e experiência com a perturbação do espectro do autismo, nomeadamente a Síndrome de Asperger. A autora não lhe chama um livro porque acha que «seria uma ofensa para os profissionais da escrita». Com um filho com aquela patologia, o Bruno, Mina Viana começou por «guardar em papel as imagens de uma vida, como quem organiza um álbum de fotografias». O objectivo inicial era apenas «um desabafo interior, um testemunho pessoal», para que as memórias ficassem guardadas. «Quando surgiu um grupo associativo, algo com que tanto sonhara, achei que deveria dividir com os outros umtestemunho que, apesar de ser único, talvez pudesse contribuir para desmistificar, dar a conhecer sem dramatismos, mas também sem falsas ilusões, esta síndrome que não têm cura, onde amor é a terapia principal e em que com muita perseverança, conseguimos algumas vitórias», revela. Entregou o seu testemunho para que o utilizassem e divulgassem, ficando as receitas para as actividades da instituição, mas mesmo assim a publicação não foi possível. Até que Mina Viana descobriu o Projecto Cyrano através do Facebook e do blogue. Já conhecia «a forma de escrever da autora do projecto» e sabia que lhe podia confiar o «tesouro». 

O Projecto Cyrano ajudou-a «a transformar umas simples folhas de papel, carregadas de sentimentos, em algo mais palpável, que pudesse guardar e também partilhar com os entes mais queridos e alguns amigos, que navegam nas mesmas águas». E assim surgiu o livro “O nosso Tesouro escondido– Amor sentido”. Mina Viana gostaria de ter «cumprido o primeiro objectivo de abranger um número maior de pessoas», mas está «muito feliz com o resultado final». «Tenho tido um excelente retorno da família e amigos a quem já ofereci, que ficaram a entender melhor determinados comportamentos que antes não percebiam», refere. A divulgação da obras não tem sido feita com intuito comercial, mas através do Facebook e blogue Aspie’s Blog. Alguns livros são disponibilizados a preço de custo para «amigos que percorrem esta mesma estrada». «Foi com enorme prazer e muito à-vontade que entreguei este testemunho nas mãos de uma pessoa sensível e que conseguiu ler e registar o que estava no meu coração sem alterar a força motriz do amor e nem o valor das minhas palavras. Recomendo, pois todos temos uma história guardada na memória que se pode perder», afirma.

*Diário do Minho

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Abril

Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.
Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.
Era um Abril na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.
Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.
Era um Abril viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.
Era um Abril de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas. 


De um poeta de excelência. 

Para onde


sexta-feira, 8 de abril de 2011

Talvez

esteja na hora de lhe relembrar o que podemos fazer para si: AQUI



Sonhe, o Projecto Cyrano concretiza.


Entre os nossos produtos mais concorridos, estão as mini- histórias de amor, as homenagens em livro, as biografias e os contos infantis e para adulto. Ofereça a melhor prenda a quem ama.

Às vezes

Clique em cima da foto


perguntamo-nos porque é que, mesmo aparentemente sem motivos, nos sentimos infelizes. Porque sim. E motivos há sempre, nem que seja o corpo a pedir tristeza, essa inconstância que vem de dentro e tem a ver com a nossa relação com o meio ambiente. O corpo também tem humores. Amanhã passa.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Primavera

...

As opiniões dos outros

contam e muito. Sejam sobre assuntos importantes como nas coisas banais do quotidiano. Podem doer, desiludir ou impelir alguém em diversos sentidos. Podem ser a gota de água para um "vou lutar", para um "vou melhorar", para um "vou continuar", como para um "vou desistir", um "não valho nada" ou um "ninguém tem apreço por mim". Dos humores de cada um, cada um sabe, mas ninguém lucra nada se tornar pior o dia de outra pessoa. Há, curiosamente, muita gente a fazê-lo por sistema. Ignorando um pedido, virando costas a um gesto, evitando palavras de cortesia, incentivos, sorrisos. Implicando, contrariando, menorizando. Há todo um catálogo à escolha. Há também quem enfie a adaga nos rins dos outros, por omissão. Há os confrontos directos e as ironias malévolas, as mais desconfortáveis de toda a porcaria desnecessária da tabela interpessoal. Não precisamos de ser psicólogos ou conselheiros sentimentais para perceber que, com isto não se lucra nada, a não ser um qualquer gosto obscuro de ver a humilhação estampada nos olhos dos outros, fracos ou fortes. Quer  estes façam por nos ignorar ou não. Seja como for, independentemente de como as nossas vítimas encarem a nossa azia, os nossos reparos e as críticas ácidas sobre coisa nenhuma, é lixo comunicativo. Lixo social. E este tipo de detritos valem zero, assim como as pessoas que, pelas mais diversas razões, têm necessidade de desconstruir os outros. De lhes pesar sobre os ombros.


Posto isto, respiremos fundo antes de sermos parvos.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Asas

Admira

algumas pessoas em silêncio? Nós admiramos. Gente das letras, das artes plásticas, pintores de poemas, génios da escrita, da imagem e das emoções. Alguns deles sem carreira pública. Pessoas que pululam por aqui e por ali em blogs e outras virtualidades, nas ruas ou em meios tão arredados das montras dos media que raiam a clandestinidade. Pode ser o pastor de ovelhas que rabisca o caderno com imagens da Natureza ou a senhora da limpeza que canta como uma diva. Pode estar no agricultor, no sapateiro ou no homem das obras. O respeito que temos pelo talento dos outros não se mede. É infinito e comovente. O Projecto Cyrano acredita que o talento não precisa de ser arrogante,muito menos perfeito, não carece de erudição ou tiques intelectualizantes. O talento não precisa de palavras de dicionário e conceitos enciclopédicos. Nem de referências históricas rebuscadas e pleno domínio de todas as disciplinas. Tem talento aquele que toca alguém. Que o faz pensar, sonhar, reflectir. A simplicidade é maravilhosa. Sublime.

sexta-feira, 1 de abril de 2011