O nosso email projectcyrano@gmail.com / A marca Projecto Cyrano está registada no INPI desde Dezembro de 2010.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Mudar de casa

às vezes é bom. Desta vez foi muito bom.
A equipa do Sapo convidou e, com muita honra, aceitámos. O blog do Projecto Cyrano tem agora um novo endereço e foi redesenhado por profissionais. Agradecemos muito.
A partir de hoje, estaremos aqui:



www.projectcyrano.blogs.sapo.pt

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Neve

- Dói-me aqui- disse ela, apontando o coração. - Dói-me muito. Dói-me também aqui... aqui... aqui- apontou, lentamente, por todo o corpo. - Não ouço bem. Parece que estou no fundo de um túnel. E tenho o peito tão cheio de água que acho que vai rebentar e toda eu vou a correr para o mar, misturar-me nele.

- Pára lá com as fracas metáforas. O que é que tens?- perguntou-lhe a amiga. 

- Sei lá. Talvez tenha sido uma avalanche que me passou por cima sem eu ter dado conta. Mas acho que ainda estou soterrada.  Está muito frio aqui em cima, por dentro, no interior das veias, nas artérias, debaixo das unhas, dentro dos olhos, na raiz dos cabelos, na palma das mãos. E nos lábios. Dentro dos lábios.

- Mas quem te magoou assim tanto, rapariga?

- Primeiro pensei que tinha sido ele.

- Ele quem?


- Ele, o homem que me encheu os olhos de sol e depois apagou a luz.

- E?

- Cheguei à conclusão de que não foi ele que me magoou. Fui eu mesma. E sabes? Dói-me mesmo aqui, aqui, aqui, aqui... Será que alguma vez vai deixar de doer?

- O que te dói é a ilusão desfeita?

- Não. Ninguém me iludiu. O que me dói é esta sensação de ter chegado ao fim.

- Da vida?

- Não. Da gaiola. Já lhe dei a volta vezes sem conta, não me apetece começar tudo outra vez. Não tenho céu para voar. Sinto que nunca mudarei. Quero subir para ver o que está do outro lado, mesmo que vá de encontro ao abismo.

- És doida, vá.

- Sim, sou. Tenho a doidice da liberdade.

Um conto medieval

para dois irmãos. Com ilustração da nossa talentosa Rita Correia. www.ritacorreia.com

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Produto especial Natal

Quer oferecer uma prenda única, sem ter de a antecipar meses? O Projecto Cyrano lança agora uma promoção para assinalar a quadra, que consiste numa carta (que ajudaremos a escrever/escreveremos) para a pessoa mais importante da sua vida:

Livro de bolso 15x23 a preto e branco, capa suave, quarenta páginas, com fotos e carta:

30 euros

Aproveite. Diga hoje tudo o que poderá não dizer amanhã.

Contacte-nos através do mail
projectcyrano@gmail.com

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Psiu, venha cá e escolha uma estrela

Acredite em nós: A Terra vai continuar pacificamente a rodopiar no espaço e não deixará nunca de ser o nosso abrigo, o nosso futuro, o nosso equilíbrio. Basta, para isso, que cultive a fraternidade e a harmonia. Enquanto isso, nós seremos mais uma daquelas empresas a encher-lhe os olhos de cor, cuidando da sua história, da sua eternidade, da sua marca aqui. Mesmo que através das janelas deste nosso habitat se sinta o escuro da Via Láctea, veja mais longe todos os pontinhos de luz que a povoam. Há coisas perenes. Há coisas belas. Reformulamos: haverá sempre coisas belas e perenes. A sua história escrita, em forma de conto, ilustração ou romance é uma delas. Como as velhas estrelas que, desde sempre, nos põem os olhos em cima, guardando-nos a alma. Cuidando de nos assegurar que tudo passa, só o que importa fica.



Na barra do lado direito, pode ver alguns dos nossos trabalhos, bem como reportagens publicadas sobre o Projecto Cyrano. Qualquer outra informação, peça-a através do mail projectcyrano@gmail.com

Saiba que os nossos serviços mais adquiridos são:


As biografias

Os contos infantis (totalmente) personalizados, desde a história à ilustração da capa

As homenagens, através da oferta de livros contando a história de alguém

As mini- histórias de amor

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Não sejas, mas só se não quiseres

De uma mãe para um filho:


Não sejas como aquelas pessoas que vão pela vida fora a fingir não saberem o que sabem. Não percas tempo a desejar que o mundo seja diferente do que é. Não esperes que as pessoas sejam uma pessoa que elas não podem ser...


In "A Ponte dos Suspiros", de Richard Russo.

O que nos leva a perguntar: Porque não ser assim? Porque não? Se só o sonho nos dá uma sensação de pertença, de protecção, de ilusão de que a um erro sucede uma lição, que a uma luta sucede uma conquista, que a uma perda sucede o despontar de novos afectos, que a um amor acabado sucede uma paixão, que a cada desilusão sucede uma surpresa?

domingo, 9 de outubro de 2011

Um livro sobre o amor


a resiliência, a obra do destino, a vida a dois. O quotidiano é como um maravilhoso quadro cujo todo se aprecia quando paramos para olhar para ele. Para isso, é preciso tempo. Ou uma inspiração. Peça também o seu livro de sonho. Ajudaremos a relembrar aquelas coisas importantes de que tende a esquecer-se.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Concurso

Muita gente concorreu no concurso do primeiro aniversário do Cyrano, muita gente votou, num resultado que será apurado à última hora. Nós achamos bem que as pessoas compitam por coisas bonitas. É tempo muito bem empregue, pois o que temos para oferecer não tem preço. Leva talento e amizade.

Vejam aqui e votem também:

CYRANO

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mais um conto

Estamos a preparar um conto infantil para um lindo menino, de olhos verdes. O seu filho também pode ter um, totalmente inspirado nele, nos seus gostos, nas suas habilidades. Não esqueça de que quer a história como a ilustração da capa são exclusivos.


 Pode pedir-nos preços para o email projectcyrano@gmail.com

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Diversificação de estilos

Toda a gente pensa que escrever (bem) é fácil. Que escrever um livro é apenas fazer o relato meloso de uma qualquer luta interior, de preferência usando trezentas vezes a palavra beijo, sonho, lábios e nuvens, entre tantas outras do mesmo género, só porque é romântico e soa bem. Ora bem, escrever bem não é isto:

Pousaste os olhos sobre o meu corpo de ninfa
Envolto em sonhos de algodão
Os teus beijos como nuvens
Em mil abraços de perdão.


Não, escrever bem não é nada disto. Nem disto:

Soubesses tu as saudades do teu amor, a falta que me fazes, o teu corpo desenhado nos lençóis. Quero o sabor dos teus beijos, que não me arranques dos teus sonhos. Sinto falta do teu peito e do aroma do teu banho. Tu és em mim. Meu Adónis fugido. Deus do Olimpo que me renegas. Tu és o meu sonho sonhado, a brisa da manhã, o céu onde me deito e acordo, envolta em ti.

Ora bem, não sei se ainda aí está, se se vomitou ou simplesmente ferrou o galho. Podíamos prosseguir indefinidamente até alguém tentar o suicídio, mas preferimos mostrar-lhe coisas boas. Olhe, como este texto da Dulce Lopes. Um conto que tanto pode ser para adulto como para criança. Um humor refinado, numa escrita surpreendente. A Dulce pode também escrever para si, se quiser arriscar um conto mirabolante, divertido, enternecedor, ousado.

Rezavam outras fábulas, intemporais, de animais internacionais e inter-racionais, que os príncipes procurariam as suas amadas montados em belíssimos cavalos e as resgatariam das suas vidas difíceis. E seriam felizes para sempre, etc.
Menos a parte dos muitos filhos, que, sinceramente, muitos muitos, nunca achei grande ideia.
Mas nesta história que agora vos conto, havia alguns problemas logísticos: o reino era pequeno e a amada vivia muiiiiito longe. No reino não havia cavalos. O que era estranho para um reino, mas aquele reino era estranho. Não sendo isso obstáculo que demovesse o príncipe, porque o amor dos príncipes alimenta-se a si próprio, mas desejando ao menos uma companhia para o caminho, Sua Real Alteza procurou quem o acompanhasse a resgatar a amada.
- Eu vou contigo - disse o caracol.
O príncipe torceu o seu magestático nariz, mas caramba, era um príncipe, não podia ser indelicado:
- Virás então comigo. - assentiu.
Muitos anos andaram pelos caminhos, muitos anos, muitos anos, muitos anos... Tantas vezes o príncipe esperou pelo caracol que um dia morreu de impaciência e daquilo que a autópsia revelou ser uma overdose de delicadeza...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Não era suposto

desvendarmos já, mas quem ganhar o concurso abaixo citado receberá o livro com uma capa  exclusiva, feita pela  Rita Correia. Imperdível.




Ver também:

 http://www.ritacorreia.com/

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Celebração do primeiro aniversário

Com um concurso simples:

Para assinalar o primeiro ano do Projecto Cyrano, temos uma proposta para si. Escreva uma frase (ou mais) sobre o Projecto Cyrano, livros, memórias e o que mais lhe apetecer AQUI  (depois de fazer um gosto na nossa Página de Fãs) e habilite-se a ganhar um produto exclusivo da nossa empresa. Como não há bela sem senão, ganha quem conseguir o maior número de "likes" na sua frase. A nossa prenda surpresa (adiantamos apenas que se trata de um livro de 40 páginas, personalizado ao seu gosto) será entregue perto do Natal. As frases podem ser colocadas no mural do Projecto Cyrano até ao dia 6 de Outubro. Espalhe a boa nova.
 
Atenciosamente,
A equipa do Projecto Cyrano

terça-feira, 20 de setembro de 2011

E se houvesse

uma balança para a alma? Perceberíamos, de uma vez por todas, que todas têm um peso diferente? Que os fantasmas e os sofrimentos, não sendo aparentemente mensuráveis, ali se vão acumulando? Se alguém souber o segredo para os libertar, ensine os outros. É que neste mundo de diversidade, também há trash colectors de coisas da mente. E isso, que se saiba, é uma doença.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Olhe



para ali. O que vê? Uma menina a olhar o mar. Sozinha? Solitária? Triste? Olhe para ali. Para ali não, para lá mais além. O que vê? A linha do horizonte? As nuvens derramadas, exaustas sobre o mar? Os ombros de ambos tocando-se? Algum deles chora? Algum deles se redime do seu ar trágico abraçando a menina ali abandonada? O que vê, afinal? O cheiro da areia molhada? O cheiro não se vê. Vê, sim. Tudo o que se sente, vê-se. Todos os sentidos vêem. Sendo assim, o que vê, aqui, ali, além, desde o princípio até à fina e sombria linha do horizonte? Vê que no meio há um mar inteiro, espreguiçando-se, por vezes rosnando, trazendo memórias espumosas de outros olhares e outros Verões. Se a menina rir, o que lhe devolverá o mar? Saudades? Será que ela chora ou não? O que vê ali? Vê-se a si ou à menina? Sente tristeza ou alegria? Vontade de fugir ou abraçar? O que se vê ali é o seu reflexo. O reflexo de uma criança que indaga sobre o seu futuro, enquanto só a sensação dos seus pés na areia fria é real. O que vê ali além, insisto? Nada, além de um barco. Nada, além de uma viagem até dentro de nós mesmos. O que vemos é o que somos. O que sentimos é o que somos. Ninguém jamais sentirá esta imagem de forma igual.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O encanto das novas descobertas

E se pudéssemos começar tudo de novo? Voltar àquele preciso momento em que o mundo parecia um vasto horizonte a perder de vista, pleno de potencialidades? Nessa altura, só parecia haver um caminho possível: o da evolução. E agora?

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Nós somos isto

temos pouco de empresa, pouco de práticos, pouco de pragmáticos. Dizem-nos que sejamos mais assertivos, que acrescentemos uma séria veia economicista ao projecto, que ousemos, que sejamos frios com os números, objectivos, focados, um pouco mais maquinais. Mas nós somos isto. Somos assim, pronto. Sentimos o que nos contam, emocionamo-nos, temos pouco jeito para o negócio, envolvemo-nos, chateamo-nos, gostamos das letras, da nossa língua-mãe, da nossa Pátria, das nossas gentes, das nossas histórias e das nossas formas de estar e de viver. Gostamos que gostem de nós e essas pessoas bastam-nos. Parece impossível, mas o Projecto Cyrano faz um ano. Faz um ano assim, tal e qual como é. Nem pobre, nem remediado. Rico. Extremamente rico. E aquilo que já nos foi dado é só nosso. Setembro é um mês bonito para ver nascer um projecto. Talvez tenha nascido alguns anos antes, mas foi nesta data que se tornou realidade. Setembro é um mês bonito para  lançar um sonho à terra. E para o celebrar.


Eis alguns testemunhos dos clientes de inúmeros livros que já escrevemos:

«Os meus filhos viram o livro no dia em que ele chegou. Eu contei-lhes a história à noite, antes de dormir. A Inês ficou encantada com as fotografias, com a ilustração. O João [mais velho] ficou muito atento à história e mais para o final começou a chorar. O João adorou o livro, a história, tudo. Dormiu com o livro debaixo da almofada e quis levá-lo para a escola».

«Além de ajudar os meus filhos e a mim também,porque os vi felizes, também ajudou muito o pai. Ele adorou o presente e disse que foi o melhor que recebeu na vida. Acho que só isto já diz muito do significado deste livro para nós».

Sílvia.M.

«Foi com enorme prazer e muito à vontade que entreguei este testemunho nas mãos de uma pessoa sensível e que conseguiu ler e registar o que estava no meu coração sem alterar a força motriz do amor e nem o valor das minhas palavras. Recomendo, pois todos temos uma história guardada na memória que se pode perder».

Mina V.


"Foi a coisa mais bonita que já me fizeram. Emocionei-me ao ler esta história infantil. E os dois meninos da ilustração eram mesmo os meus filhos. Impressionante, eram eles!".

Inês B.


"Já dei o livros aos meus avós. A minha avó deve ter chorado imensas vezes e notei que o meu avô ficou «tocado». Ficaram muito contentes e perceberam que era uma homenagem. Disseram que foi a melhor prenda que podiam ter recebido e não se cansaram de agradecer. Falei com eles hoje e disseram-me que leram o livro e adoraram. A minha avó não parou de chorar enquanto lia. Muito obrigada por me ajudares a mostrar o quanto eles significam para mim. Espero que este livro me faça voltar a todos aqueles momentos que partilhei com eles".

Sofia F.

"Minha querida, que consegue deixar-me sempre com um ar sonhador quando leio os seus escritos....sou sua !!!".

Manuela L.

"A Ana adorou o livro, ficou tão emocionada que quase lhe vieram as lágrimas aos olhos.Acabou por me confessar que quando lhe pedi as fotos achou que eu iria fazer uma montagem engraçada com as fotos, mas se soubesse teria tido feito uma selecção mais criteriosa, porque as filhas e os neto não estão nas fotos do livro.Mas o importante e que ela gostou. Acho que tinha tudo a ver com ela".


Idem



 "Dei o livro ao meu marido e passado um bocado, ele estava aflito a tentar conter as lágrimas. Até lhe disse que lho tirava, se continuasse naquele pranto".

Helena S.


"É impressionante que depois de contar parte da minha história de vida eu me tenha ido deitar mais leve. Muito mais leve".

Dolores C.

 "Esta biografia surpresa, embora sem o testemunho do próprio, é um registo muito importante que pode servir um dia como um documento fulcral, se o biografado quiser deixar as suas memórias escritas".

M.C




 *Para que conste, o Projecto Cyrano não escreve só coisas  lamechas. As pessoas comovem-se com as suas próprias vivências.


** Estamos a preparar uma surpresa para os nossos clientes! Esteja atento.


Deixamo-lo com uma música: AQUI

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Biografia





A história de um homem de excepção, após muitas horas de trabalho, pesquisa, perto de trinta entrevistas e a dedicação que nos merecem todas as pessoas que fazem o melhor das suas vidas e o melhor na vida dos outros. Em nome do Projecto Cyrano, um enorme bem haja ao biografado e a quem quis homenageá-lo desta forma única, preservando parte das suas ricas e inestimáveis memórias.

Autor: Denisa Sousa
Design gráfico e paginação: Francisco Elias
 (http://www.behance.net/franciscoelias)

sábado, 27 de agosto de 2011

A partir do dia 1 de Setembro

As novidades serão muitas. Na realidade, temos reflectido muito sobre a forma de chegar a mais pessoas, de melhorar os serviços, de nos expandirmos. As pessoas que gostam do Projecto Cyrano e as que ainda virão a gostar merecem isso e muito mais. Recordamos um texto já escrito, há uns tempos, sobre as nossas palavras, esses fragmentos de luz divina que a Natureza nos deixa usar:

Leia aqui


Permita-nos entrar na sua vida para a melhorar. É uma bênção nos dias que correm. E eles correm muito.





quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Histórias de amor e de vida

ou, simplesmente, ambas. Estamos a trabalhar em quatro até ao fim do ano, a que se soma um livro de poemas e fotos, para oferecer num aniversário de um filho especial. São trabalhos memoráveis, sem tempo, eternos. Autênticos testemunhos de uma geração que se dá a outras. Para nós não há nada mais bonito do que escrever um livro ou imortalizar as palavras dos outros. Diga a alguém como é grande o seu amor. Diga-o hoje. A sua vida conta. Ninguém a passará para o papel (ou vídeo) melhor do que nós.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Depois da pausa

o desejado regresso. Até ao fim do mês, pedimos aos nossos clientes que comecem a mandar o material acordado com o Projecto Cyrano, para dar início aos trabalhos. É bom estar de férias, sobretudo para nos enchermos de energia para voltar ao activo.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Aviso

Aos nossos queridos amigos, clientes e potenciais clientes. O Projecto Cyrano estará encerrado uns dias, mas continua disponível por email para responder a dúvidas e solicitação de encomendas.

Uma chuva de beijos e de abraços para todos. Boas férias, se for o caso disso, Uma boa vida, sempre. Muita força, se houver tristeza.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Solidão ou sensatez

Foto de Marco Bolognesi
E como hoje andamos em busca do belo, uma música roubada a uma amiga para ouvir AQUI

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Sonho

Se ainda não nos conhece, entre num mundo paralelo e conheça os nossos serviços: AQUI. No Projecto Cyrano, tudo é possível, mas o mais bonito de tudo é podermos (re)criar a sua História e entregar-lhe o livro pronto e ilustrado.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Auto-Retrato

Poeta  é certo  mas de cetineta
fulgurante de mais para alguns olhos
bom artesão na arte da proveta
narciso de lombardas e repolhos.

Cozido à portuguesa  mais as carnes
suculentas da auto-importância
com toicinho e talento  ambas partes
do meu caldo entornado na infância.

Nos olhos  uma folha de hortelã
que é verde  como a esperança que amanhã
amanheça de vez a desventura.

Poeta de combate  disparate
palavrão de machão no escaparate
porém  morrendo aos poucos de ternura.

                       José Carlos Ary dos Santos

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Em tardes de muito calor e pouco ócio

ainda aqui estamos, num período de muita actividade, a desejar que todos estejam bem. Voltaremos em breve para realizar outros sonhos. É uma promessa.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Quantas vidas



*Desculpem-nos a ausência. Continuamos por aqui, atrás do ecrã, a trabalhar para si. Se temos pouco tempo, será bom sinal.

terça-feira, 7 de junho de 2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A morte



Canção Póstuma


Fiz uma canção para dar-te;
porém tu já estavas morrendo.
A Morte é um poderoso vento.
E é um suspiro tão tímido, a Arte...
É um suspiro tímido e breve
como o da respiração diária.
Choro de pomba. E a Morte é uma águia
cujo grito ninguém descreve.

Vim cantar-te a canção do mundo,
mas estás de ouvidos fechados
para os meus lábios inexatos,
— atento a um canto mais profundo.

E estou como alguém que chegasse
ao centro do mar, comparando
aquele universo de pranto
com a lágrima da sua face.

E agora fecho grandes portas
sobre a canção que chegou tarde.
E sofro sem saber de que Arte
se ocupam as pessoas mortas.

Por isso é tão desesperada
a pequena, humana cantiga.
Talvez dure mais do que a vida.
Mas à Morte não diz mais nada.

Cecília Meireles, in 'Retrato Natural'

*Não sabemos a que soa a morte, mas deve ser algo como o fim desta canção? Ou soará como o início?  

terça-feira, 31 de maio de 2011

Cegueira voluntária

O pior cego é o que não quer ver. O que não quer ver as coisas bonitas da vida. O que dá desprezo às más para não ter que se preocupar com elas. Pessoas assim passam no mundo como uma brisa.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Quando o amor queima

"Ele entregou-lhe um pacote pequeno e pesado, envolto em papel colorido. O ritmo dos merengues fazia-se ouvir como um embalo. Estavam no centro do País. No coração de Angola. Os deuses deviam estar a vê-los de cima e a chorar por todos eles, os que haviam de sofrer com as feridas da guerra. As feridas emocionais, as reais, as feridas no património. As feridas do adeus. As feridas das saudades. As feridas dos mortos. Dos vivos. De todos. A Terra girava e eles ali estavam em Silva Porto, um dos nove municípios do Bié. Espalhados à volta estavam o Andulo, Chinguari, Camacupa, Chitembo, Kunhinga, Nharêa, Kuemba, Catabola, numa área total de 70 mil quilómetros quadrados. Tudo no mundo continuava a sua evolução e eles ali, com o tempo parado, suspenso, à espera de um milagre que fizesse mudar o rumo das coisas. Nunca, no entanto, julgaram que seria tão mau. E porque é que naquele dia, naquele instante, em que o mundo parou para bombear o seu amor, eles não combinaram uma estratégia para uma eventual tragédia. Ela abriu o pacote, viu a caixa de jóias, linda, maciça, perfeita. Quase julgou que João lhe entregava o próprio coração ali dentro. Deixou sair as lágrimas que estavam presas dentro de si e chorou no ombro dele, em silêncio, pelo tempo que lhe apeteceu. Mas não falaram do que ia dentro deles, dos medos. Falaram apenas do amor que os unia. Isso parecia bastar-lhes, naquele momento.
    "E assim Portugal entrega Angola aos angolanos, depois de quase 500 anos de presença, durante os quais se foram cimentando amizades e caldeando culturas, com ingredientes que nada poderá destruir. Os homens desaparecem, mas a obra fica. Portugal parte sem sentimentos de culpa e sem ter de que se envergonhar. Deixa um país que está na vanguarda dos estados africanos, deixa um país de que se orgulha e de que todos os angolanos podem orgulhar-se".
Palavras do Alto Comissário e Governador- Geral de Angola, almirante Leonel Cardoso, no dia 10 de Novembro de 1975, proclamando a independência de Angola em nome do Governo Português. A medida entrou em vigor no dia seguinte e foi a oficialização da entrega do País ao povo angolano. Por esses dias, nos meses anteriores e subsequentes meio milhão de portugueses nas colónias tentavam regressar a Portugal, em fuga. João e Helena fugiram para sítios diferentes e encontraram refúgio em países distintos. Foi um desencontro de uma vida. A dor mais pungente- deixar amigos, deixar a terra-mãe, deixar para trás o amor".
Retornados das colónias


*Excerto de uma história de vida. 

terça-feira, 24 de maio de 2011

Verdades incontornáveis

Poema

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são 
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas, 
Como os sentimentos esdrúxulos, São naturalmente Ridículas).
Álvaro de Campos

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Apropriamo-nos

a toda a hora das coisas que os outros acham belas. Ouça esta: soa a paz.

As palavras são como as cerejas


como diz o escritor Vergílio Alberto Vieira. São belas, podem ser doces, ofertam-se, recebem-se, são muitas ali a brilhar no cesto, todas juntinhas, reluzentes, de ar feliz, pedem-se umas às outras, chamam o Verão, os pés descalços, os brincos de cereja. As palavras são como as cerejas. Queremos sempre mais e mais. E aquelas de que não gostamos, sejam os caroços de que nos livramos sem hesitar. 

Uma música para si nesta sexta- feira: AQUI

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Avós

Os nossos avós são tesouros. Devemos-lhe amor, respeito, devoção. Ofereça-lhes a história da sua vida, com as páginas que quiser. Imortalize-os, levando-os até outras gerações. É um projecto bonito: mimar os que amamos, enquanto os temos cá. E mesmo que não lhes ofereçamos nada material,  amemo-los como merecem. Sempre.

"O que avó sente por neto é difícil de descrever. Parece amor estendido no tempo, para o filho do meu filho, amém. Herança cravada na história, o neto é a continuidade do nome, fruto de uma árvore genealógica que promete perdurar. Dá sentido de perpetuidade, que invade quem se percebe cada vez mais finito e provisório, alertado pela decadência do corpo, morada cada vez mais frágil de um espírito cada vez mais livre.

Quem é avó sabe o quanto errou como mãe, inevitável. Ter neto é a sua redenção. Com o neto, a avó é mãe melhorada. Educa melhor porque tem sabedoria.


Não precisamos ficar velhos para lamentar não ter curtido a infância e a adolescência de nossos filhos. Amemos nossos filhos como se deles fôssemos avós".

*Excertos do texto Amor de Avó, por Roberto Patrus-Pena