(...)"A minha irmã estava deitada em cima da mesa, como era costume naquela altura, com um vestido branco, um laço cor- de-rosa e um lenço castanho a segurar-lhe os queixos. Pegaram em mim ao colo para lhe dar um beijinho. Lembro-me de estar na Igreja de pensar que o ramo mais bonito para a minha irmã era o meu. Depois disso, foi o que se esperava quando morre uma criança tão pequena. Trocaram-se acusações, disseram-se coisas movidas pela dor. O meu pai passou a beber bastante e passava as noites nos cafés. Soubemos depois que muitas vezes acabava a noite no cemitério, junto da campa da minha irmã. Deixou crescer a barba, desleixou-se. Depois teve de emigrar e nessa altura chegámos a dormir os três com a minha mãe, todos na mesma cama. Lembro-me que rezávamos o anjo da guarda todas as noites para que nos protegesse"(...).
*Também nos comovem.
Testemunho em elaboração.
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